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no descuido dos planos mal feitos,
na coincidência de uma esquina
- daquele bar, leblon -
chegou o moço do olho de flor
ele me olhou como sempre
eu retribuí com a casca dos anos
nos sorrimos, reconhecemos,
nos beijamos, compassamos
as mãos, as unhas, as línguas
o cheiro, o suor, o sono
o igual, o diferente, o mesmo
os avós, os medos, os pés
andamos três vezes juntos
sob o céu descoberto da noite
quase sempre bem acompanhados
o vinho, o mar, a música... e o passado
no desaviso de uma dúvida
no desvio de uma resposta
- naquela noite sem som -
partiu o moço do olho de flor
ele me olhou como nunca
me reconheceu por dentro
nos sorrimos, nos acovardamos
nos despedimos, evitamos
os olhos, os abraços, os sorrisos
o começo, o meio, o fim
os sonhos dentro do sono
e todas as noites ao som do led zeppelin