A segunda parte. Passar o dia enfileirando suas pecinhas de dominó numa cadeia infinita de pensamentos e palavras (atos e omissões por minha culpa? Minha tão grande culpa?). Aprendera há tempos e duras penas que essa era a melhor maneira de ser feliz. Cálculos milimétricos em passos de formiga.
A terceira parte. A outra parte. É aquela parte que, com o passar do tempo, teima em desequilibrar. Você já enfileirou dominó? Sabe como é, quando uma peça bem pequena pensa em cair? É aí que as outras começam a tremer sozinhas e vão assim, uma a uma, derrubando as vizinhas. E não precisa muito não. É só aquele fio invisível que prende dois olhares na mesma direção se lacear um pouquinho. Basta aquela pilha de palavras não ditas se formando em cima da mesa do jantar. É um segundo. Eu sei disso. Ela sabe.
A quarta parte. É a parte em que a gente sacode a mesa. E não espera pra ver se o jogo continua de pé. Sacode e sai correndo, porque tem que abrir a janela pra olhar pra fora. Ali fora tem balão. Felicidade que voa de linha cortada ou amarrada, esbarra e flutua por onde der.
Ali fora tem um balão...
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2 comentários:
muito obrigado.
Lindo texto.
Ganhou um novo leitor. =)
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