Os namoradinhos de cidade do interior se empoleiravam debaixo da lona vermelha-marrom de poeira grossa. Era dia da menina bailarina com asas de sonhos nas costas, costuradas com a dedicação da Lua Virginiana. Essa Lua que lhe combateu desde o primeiro brilho nos olhos, ela desceu de seu céu de exatidão só para costurar as tais asas, que bonito, não?Sê inteira, sê ao cubo. E carreguei os sonhos dos patriarcas, dos amigos cuspidos no asfalto, dos filhos não nascidos, do amor absurdo.
Você pensa que é bonito. Se conhecesse essa senhora como eu conheço, iria entender o que quer dizer. Costurou-lhe asas com os sonhos. Ponto de cruz, ponto invisível, ponto flutuante e ponto.
Carreguei tantos eu-queros, carreguei você também. E todas as suas culpas de olhos grandes de cachorro manso e constipado nos ombros. E todas as culpas suas e minhas e deles, e todos os suspiros frustrados e todos os prantos nos travesseiros e todos os gritos sufocados em cada esquina.
Tenho em mim, Fernando, todas as culpas do mundo.
E carreguei você também.
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