6.10.15

aqueles casais.

Olham pro horizonte, para a parede, fixam-se em cada vinco da mesa, sentem os detalhes dos rejuntes do piso. E seguram as mãos. As próprias, não um do outro. Passam horas em silêncio por minuto. Se encontram por fora da mesa. Com os muitos que são os outros. E falam. Dentro da própria garganta, um monólogo contido e inaudível. Tudo o que se diriam, se houvesse coragem, paixão, vontade, tesão, amor, ódio ou qualquer sentimento que não a inércia. Enquanto bate o relógio que não temos, enquanto fica o carro na rua, enquanto faltam móveis na casa. Enquanto houver por enquanto.


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