22.7.08

O tempo não volta atrás. Enquanto Einstein não aparecer vivo em boletim extraordinário de todos os telejornais existentes, não há quem me convença da Teoria da Relatividade ou da possibilidade de fazer as horas existirem de novo.

Por que, então, sinto tantas vezes uma vontade, bem no estômago, de amarrar minutos nos meus calcanhares e girar neles até que os segundos atados caiam volta bem na minha frente? Talvez porque esteja sempre olhando para trás com as saudades qualquer outro lado. Mas o caminho é à frente. E tem tanto tropeço.

A comparação é um dos amigos mais cruéis do tempo. Comparar seu rosto, seu corpo, amigos e o peso dentro do peito... como você era há três anos? Quem você era...?

Não sei como ou o quê, mas tem alguma coisa aqui - dentro ou fora de mim? - roubando meus segundos.
Agora mesmo.
Lá vai outro.
E mais outro.
E outro... desses que não terei mais.

14.7.08

Costumava pensar na vida como uma construção... civil mesmo, em que cada bloco de barro formar-se-ia de suor ou lágrimas - às vezes de ambos. Acho "construir" algo da natureza; da mãe e da humana. Ninguém é feliz sentado em seu quadrado cheio de nada.

Há que se ter paredes... As paredes cerram. Fazem-se necessárias, então, janelas e portas - que abrem demais. Então, chega a vez das chaves, cadeados. Eles fecham quem está lá fora, mas também nos fecham por dentro. Daí são feitas 168 cópias - para cada ente querido.

O que fazer com sua casa, se te arrancam as paredes?

Se nela ficam você e o vazio. E o teto caindo na cabeça...