12.9.12

Do que fomos, levo comigo

uma quase gastrite,
o álbum "pouco", do moska,
um beijo na ponte,
algumas horas no telhado em um feriado de abril,
uma surpresa na escada do primeiro ano,
um teste que deu negativo,
o suor de onze horas seco na pele,
misturar leite condensado cru com nescau,
um pedido de casamento negado,
uma parede pintada de rastros do que não vimos chegar,
uma ferida no pescoço,
a tatuagem cicatrizada no teu braço,
a descoberta de que posso conviver com paredes tortas,
o fantasma de uma louca descabelada,
a primeira vez que cortei o cabelo de alguém,
(e mais uma coleção de estreias),
a habilidade de conversar sem sons,
a frustração de quase nenhuma canção,

e a certeza do que não aguento nas costas.