6.12.09

Nove linhas.

Hoje guardei suas cartas na caixa de coisas esquecidas. E relutei por guardá-las com as dele, que apesar de passadas, são verdadeiras. Remexendo no baú de coisas mortas e escritas, me dei conta: você não valeu um verso triste, uma carta de ódio, uma prosa de madrugada mal dormida. Você não preencheu uma linha de toda a minha grande história registrada em orelhas de cadernos, guardanapos e rascunhos de e-mail.  Não tem um poema sequer com o seu rosto ou descrevendo as suas mãos.

Não escrevi uma palavra feliz ao te encontrar. Não chorei em cima de nenhuma página quando você resolveu, assim, inesperada e abruptamente, partir e não mais existir.

E, nessas linhas que escrevo só pra você (que não vale nenhuma delas), quero deixar claro, mas bem claro... que nunca te escrevi.

7 comentários:

Aline Falcone disse...

Me lembrou MUITO uma música foda da Maria Rita: http://www.youtube.com/watch?v=S1LtIULGGDM

"...E depois enxergar que é uma pena, mas vc não vale à pena. Não vale uma fisgada dessa dor. Não cabe como rima de um poema, de tão pequeno..."

Guilherme Rocha disse...

então pq escreveu? =P (cutucar é o que há!)

Suzana Meireles disse...

Ai, ai, ai, Gui! rs. Mas essa é a idéia, você meio que captou. Ao escrever pra dizer que não escrevi, acabo escrevendo... entende? rs. =P

Lari L disse...

Gostei.
Deixa claro que nunca escreveu quando você, na verdade, acabou de escrever.

Guilherme Rocha disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Guilherme Rocha disse...

ah ta...escrevendo, o que escreveste, n tendo escrito, escreve pela escrita, o que não escreveste mesmo tendo escrito! tranquilo... agora sim!

Lari L disse...

Aí, amor! Entendeu!