13.5.16

pra agora ou pra viagem.

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no descuido dos planos mal feitos,
na coincidência de uma esquina 
- daquele bar, leblon -
chegou o moço do olho de flor

ele me olhou como sempre 
eu retribuí com a casca dos anos
nos sorrimos, reconhecemos, 
nos beijamos, compassamos

as mãos, as unhas, as línguas 
o cheiro, o suor, o sono
o igual, o diferente, o mesmo
os avós, os medos, os pés 

andamos três vezes juntos 
sob o céu descoberto da noite 
quase sempre bem acompanhados
o vinho, o mar, a música... e o passado

no desaviso de uma dúvida 
no desvio de uma resposta
- naquela noite sem som -
partiu o moço do olho de flor

ele me olhou como nunca
me reconheceu por dentro 
nos sorrimos, nos acovardamos
nos despedimos, evitamos 

os olhos, os abraços, os sorrisos
o começo, o meio, o fim
os sonhos dentro do sono
e todas as noites ao som do led zeppelin



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